Um blog in natura

Amigo Leitor, este blog é escrito ipse litere sem revisão gramatical e de sintaxe. O objetivo de meu blog é escrever in natura, na medida na qual desenvolvo o pensamento, o meu insight primeiro. Após escrever realizo a postagem imediata e não releio mais o artigo e só acesso o blog para a próxima postagem. O Blog é um "diário" e não seria esta a filosofia de um diário? Por este motivo há diferenças, acentuadas, nas versões do artigos aqui postados e os mesmos na Mídia. Aqui não há revisão seja gramatical ou ideológica. Sugiro desta maneira que se detenha no desenvolvimento da linha do pensamento exposto. Comente, debata e opine! Idéias se combatem com Idéias melhores......

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mainard - O Aborto

Reproduzirei o artigo do Jornalista Diogo Mainard, na edição desta s
emana da Revista Veja. Como alguns sabem, na Opus, posso ficar dias sem paginar os jornais, mas não deixo de le
r a sua coluna, na verdade sou um assinante dele, uma vez que a muito temo deixei de co
nsiderar a Veja, como uma revista imparcial. Mainard é o mea-culpa editorial da Abril.

Diogo Mainardi

Um aborto é igual ao outro

"O aborto é uma escolha puramente pessoal. O que 
é moralmente repugnante é o conceito de que alguns 
merecem ser abortados mais do que outros"

Sarah Palin, no congresso do Partido Republicano, prometeu que, se eleita, assumirá o papel de patrona das pessoas com necessidades especiais. Um Santo Egídio na Casa Branca. Um Santo Egídio de batom.

O recém-nascido de Sarah Palin é Down. Seu nome é Trig. Trig rapidamente se tornou uma das principais bandeiras da campanha presidencial americana. Ele é agitado de um lado para o outro, passando de colo em colo, de palco em palco. Sarah Palin descobriu que Trig era portador de síndrome de Down durante a gravidez. Em vez de abortá-lo, foi adiante com a gravidez mesmo assim.

Sarah Palin é contrária ao aborto. Me incomoda um tantinho que seus partidários e opositores sempre associem Trig a esse fato. Ter a síndrome de Down parece qualificá-lo automaticamente para um aborto. Os partidários de Sarah Palin interpretam a escolha de ter parido Trig como um sinal de grandeza. Seus opositores a interpretam como um sinal de obtusidade religiosa. Mas abortar Trig teria sido igual a abortar Track, ou Bristol, ou Piper, ou Willow. Um aborto é igual ao outro.

Eu entendo do assunto. Tenho dois filhos. Como Sarah Palin, agito-os de um lado para o outro, de artigo em artigo. Ela tem Track e Trig, eu tenho Tito e Nico. Tito passou por todos os testes pré-natais. Naquele tempo, eu era um palerma, e o teria abortado até mesmo se seu ultra-som mostrasse algo simples como um pé chato. Na hora do parto, devido a uma barbeiragem médica, Tito sofreu uma paralisia cerebral. Isso mudou tudo. Eu mudei. Quando decidimos ter outro filho – Nico –, perguntei-me se o abortaria caso os testes pré-natais indicassem alguma anomalia, por mais séria que fosse. A resposta: jamais. Jamais? Jamais. 

Do Alasca para a Inglaterra. David Cameron, líder do Partido Conservador, tem um filho com paralisia cerebral. Seu nome é Ivan. Como Sarah Palin e eu, David Cameron agita Ivan de um lado para o outro, de reportagem em reportagem. Ele argumenta que seu caso pessoal pode ajudar a esclarecer algumas de suas idéias políticas. Ao contrário da maioria de seus correligionários, ele defende a liberdade de abortar até a 39ª semana de gravidez, em caso de fetos defeituosos, e só até a vigésima semana, em caso de fetos sem defeitos. Ele está disposto a estabelecer – por lei – uma disparidade hedionda. 

O nazismo matou mais de 70 000 deficientes físicos e mentais nas câmaras de gás. Os princípios da SS vingaram. Agora os testes pré-natais permitem determinar quem pode viver e quem pode morrer. É um Aktion 14F13 intra-uterino.

O aborto é uma escolha puramente pessoal. Todos deveriam ser livres para fazer o que bem entendem. É uma estupidez legislar demais sobre o tema. O STF, em meio aos grampos, julga os casos de aborto de anencéfalos, mas o fato é que, no Brasil, qualquer um que queira abortar, aborta, na vigésima ou na 39ª semana de gravidez. O que é moralmente repugnante é o conceito de que alguns merecem ser abortados mais do que outros. Trig. Tito. Ivan.



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Choque de Ordem Moral

Há algum tempo o nosso Apostolado Pessoal  e instituições co-irmãs vem discutindo a necessidade real e imediata de um choque de ordem moral na sociedade brasileira.

                A banalização do imoral, em todos os seus aspectos, criou na população, em geral, o sentimento negativo de não aplicação da ordem pela ordem.

                A Negligência pessoal e social condicionou  as nossas reações de forma pontual, em casos específicos, onde nossa “sensibilidade” é despertada pelo sensacionalismo da mass-mídia.

                Na cidade do Rio de Janeiro a situação é caótica, como em todo o território nacional, a cidade-espelho é dividida em ilhotas de interesse turístico, enquanto sua totalidade sofre com a ausência governamental de seus serviços básicos.

                Um enquete realizada pelo informativo popular Extra online, demonstrou que a grande maioria da população carioca acredita que o choque de ordem implantado pelo novo Prefeito durará no máximo três meses. Sem querer ceder ao pessimismo já vislumbrou-se que é um grande “gato de energia” que sustenta esse “choque”. A secretaria de ordem pública, não mais recolhe aos mendigos, os marginais-menores e tão pouco as crianças- viciadas. Falta espaço pra alocação destas pessoas, afirmou o Secretário de Assistência Social Fernando William, deixemo-las à rua. Circulando, porque  se  ficar parado a guarda municipal bate, enquanto a pistola de choque, esse sim literal, não chega.

                Este blog sugere que os indivíduos menores de idade sejam entregues a Vara da Infância e Juventude, que deverá pela força da lei abrigá-las ou fazer com que alguma instituição – tutelada emergencialmente pelo Estado – o faça. O mesmo deveria ser feito com os moradores de rua, cujo MPE deveria interferir para que estes indivíduos tenham acesso a garantia de cidadania. Não basta dá ordem para que o morador de rua “circule”.

                Os Pontos de ônibus da central do Brasil e no corredor da Av. Presidente Vargas estão infestados de ladrões e viciados de crack, como o da foto, que só deixam de fumar para roubar e de roubar para fumar. Esse ciclo vicioso-criminoso é rotina naquela região. A PM é mais pragmática, quando questionados interpelam onde abrigar todo o quantitativo de viciados.

                É BEM VERDADE, que nossa assessora de imprensa desaprova metade dos termos utilizados em meu blog, mas como esse blog é a pedra de escape de um cidadão honesto, utilizo os termos que conheço e que são provenientes de meu âmago. Acho bonito as novas terminologias sociológicas e politicamente corretas, como não chamar de viciado e sim usuário, ou de não chamar menores marginalizados  à utilizar menores em conflitos com a lei.....blá blá blá......

                Precisamos ser diretos. Usuário é usuário, viciado é viciado. Um é o primeiro degrau de outro, porém o viciado já esta na ante-sala da criminalidade. Marginal é marginal, e cria conflitos com o cidadão e posteriormente com a lei.

                Se no Rio de Janeiro existe uma fábrica de marginais, ela não esta nas favelas, como falou o Governador Preconceituoso Serginho Pró Maconha, ela se encontra nos órgãos negligentes do estado e Municipio.  Até a defensora do criminoso viciado do ônibus 174 que assassinou a cidadã honesta trabalhadora Professora Jeane, integra esse governo de choque de ordem. É obvio que não podemos defender a barbáries como a faxina da Candelária.

                Mas é uma questão de principio moral reconhecer que uma criança de 10 anos de idade viciada em crack, que comete delitos reincidentemente no centro e se prostitui rotineiramente já não é dotada da infantilidade que lhe seria comum nesta faixa etária. O estado não promover um acompanhamento psicológico e educacional a tais “crianças” é produzir uma bomba relógio, como o Latrocida-viciado do 174.

                É um dever moral falar a verdade. Não há meia-verdade para formadores de opinião. O choque de ordem moral começa pelas reflexões que devemos fazer, sejam elas duras ou politicamente incorretas, mas o que tenho certeza é que já passamos da fase “utópica” de colocar a culpa da violência na sociedade. A culpa é individual e não coletiva. Se pobreza fosse pré-requisito para a marginalidade, as comunidades carentes não teriam 99,99% de pessoas honestas que repudiam as drogas, o narco-terrorismo. Não teríamos tantos “Pedro Dom” nas ruas da Zona Sul.